É preciso estar na deprimência de uma noite solitária na residência (sem o meu super portátil que anda armado em parvo) para ligar a RTP2 (sim, só havia 4 canais e sinceramente não me apetecia aumentar a taxa de "coisas-que-estupidificam-o-meu-cérebro") e ficar a saber que a América tem 5% da população mundial e estes 5% consomem 25% do petróleo produzido...
Claro que fiquei em estado de choque, principalmente quando disseram lá no documentário os biliões de barris de petróleo consumidos por ano (já não me lembro, sinceramente, mas eram muitos) e que quase tudo (para não arriscar o tudo, mesmo que indirectamente) no mundo actual contém petróleo ou necesitou dele durante o seu processo de produção...
e é durante estes momentos, em que me ponho seriamente a reflectir sobre todos estes problemas, que me apercebo que ao longo dos anos tenho vindo a desenvolver em mim uma mentalidade ecológica. vejamos:
- aos 6 anos, antes de deitar algo para o chão, comecei a preocupar-me em olhar em redor para ver se havia um caixote do lixo;
- aos 8 anos punha o lixo no caixote mesmo que este tivesse a 100m de distância;
- aos 8 anos punha o lixo no caixote mesmo que este tivesse a 100m de distância;
- aos 12 anos deixei de deitar lixo para o chão, independentemente de haver ou não caixote para o lixo;
-Aos 15 ralho com as pessoas que deitam lixo para o chão;
-Aos 15 ralho com as pessoas que deitam lixo para o chão;
-Aos 16, numa dura guerra com batalhas vencedoras e vencidas, começo a aventura da reciclagem lá em casa;
-Aos 18, depois de ir para o Porto, vivo em paz comigo por o meu lixo ir para o contentor certo;
-Reparo que (se não toda) quase toda a gente que entrou comigo para Estudos Europeus, e são oriundos de cidades, tem, pelo menos, um qualquer problema respiratório;
-Reparo que (se não toda) quase toda a gente que entrou comigo para Estudos Europeus, e são oriundos de cidades, tem, pelo menos, um qualquer problema respiratório;
- Agradeço por ser uma campónia que viveu numa pacífica aldeizinha perdida no nada e por, durante 18 anos, as minhas refeições lá em casa serem na sua maioria com produtos lá do quintal sem quaisquer adições químicas;
- Começo a preocupar-me com a quantidade de água que gasto;
-Aos 19, maldigo o governo por não apoiarem projectos relacionados com energias renováveis;
-Fico feliz pela quantidade de moinhos eólicos que montam na minha regiãozinha, no centro oeste plantada;
-Aos 20, começo a procurar nos rótulos dos productos se estes são "amigos" do ambiente;
-Penso que o melhor lugar na cidade para arranjar "minimamente" naturais é no mercado, na velhinha com aspecto mais saloio;
-Aos 21 anos ainda não tenho a carta nem sinto a falta dela. Penso na quantidade de dióxido de carbono que estou a evitar emitir para a atmosfera e penso seriamente em tornar-me adepta dos transportes alternativos, mesmo depois de um dia tirar a carta;
- Aos 22 anos o meu incómodo frente a torneiras mal fechadas e luzes desnecessariamente acesas já começa a atingir níveis psicóticos
- Tenho uma bicicleta e penso que este é o transporte mais charmoso que existe (principalmente aquele modelo de antiga pasteleira), pena não ter capota para quando chove.
Muito resumidamente, é esta a evolução da minha faceta ecológica. Não vou mudar o mundo nem sequer, alguma vez, pus os pés em nenhuma manifestação da quercus, Green Peace ou whatever... Mas se todos pensassem em cuidar minimamente (como eu que não sou nenhuma super-activista) deste terceiro calhau a contar do sol... já pouparíamos dias em que os chineses têm de sair à rua de máscara por causa da poluição!