E é uma dor maior porque o mundo não conspira comigo.
quinta-feira, 10 de maio de 2012
quarta-feira, 9 de maio de 2012
Sou Praxista! (Post singular)
Sou Praxista! Não o fui apenas no passado. Já terminei o meu curso, os novos caloiros nunca me puseram a vista em cima e a minha capa nunca passou tanto tempo pendurada no cabide (nem nos dois anos que eu estive em Erasmus) mas continuo a sê-lo. E praxe não é andar por aí aos berros a meia dúzia de miúdos que acabaram de sair debaixo das asas dos pais e não é aprender ou ensinar valores para a vida, quem não os tem também não os aprenderá em praxe. Simplesmente, em praxe, deparas-te com uma mão cheia de situações que podem em nada contribuir para o teu futuro profissional, para resolver os teus problemas familiares ou para tirar positiva no raio do exame de economia... Podem não contribuir em concreto... mas a maneira como encaras essas mesmas situações e como as resolves pode mostrar muito da tua personalidade e como lidarás com elas em todas as outras áreas mencionadas. És capaz de viver sob uma hierarquia? És capaz de confiar no seu funcionamento? e ao mesmo tempo desenvolver espírito crítico para a desafiar quando a tua consciência e valores assim o ditam? e depois, acobardas-te ou mantens-te fiel às tuas convicções e não quebras perante as consequências? e és humilde o suficiente para admitir quando erras? Porque a desdita é bicho traiçoeiro, assim como as desculpas, não se dizem, evitam-se mas ninguém vem com manuais de instruções. A vida é uma equação que ao longo dos anos vai acrescentando novas variáveis e quando, às vezes, parece que estamos a chegar a uma resposta, temos que começar tudo de novo. É um trabalho penoso, imperfeito e em certa medida ingrato viver e também assim é ser praxista. Mas, no final, tudo o que conquistamos e nos conquista deixa-nos um sorriso parvo na cara e um aconchego no coração.
E pode-se ter isto tudo não sendo praxista? Claro que sim, bem lixados estaríamos se assim não fosse. Mas quem vai para a Faculdade e não é praxista não deve falar daquilo que não compreende nem conhece. Não saberá nunca o que é defender uma ca(u)sa com a convicção que podemos mover mundos e quem defende uma causa assim, praticamente contra tudo e todos, está preparado para abraçar todas as causas que nos desafiam nesta vida, se não está é porque verdadeiramente não é um praxista. E quem perante uma multidão de capa e batina exige o respeito pelos mais velhos mas depois chega a casa e berra com os pais, não é praxista. E quem defende a união mas na hora do aperto falha para com a sua equipa (seja ela qual for, em que área for), não é praxista. Aquele que baixa os braços antes de esgotar todas as hipóteses, não é praxista. Aquele que não luta até aos seus limites por aquilo que acredita, não é praxista.Aquele que nunca queimou pestanas, não é praxista. Porque a Praxe é dos e para os Estudantes. E a individualidade é direito indiscutível, pessoas diferentes tem limites diferentes, agem de maneira diferente, pensam de maneira diferente e completam-se, e quem não compreende isso, também não é praxista. Não existem duas pessoas iguais assim como não existem dois praxistas iguais.
Não acredito numa praxe de protagonismos, violenta ou desrespeitadora, de facebook ou internet e virar costas aos que estão ao seu lado e consigo. Essa não foi a praxe que me acolheu e eu abomino-a. Acredito numa Praxe patriarcal, fraterna e dura e no fim o que fica são as pessoas, aquelas com diferentes visões do caminho mas que estão ao nosso lado para desbravá-lo... não ficam aqueles que me passaram rasteiras, ficam os que me atiraram ao chão para eu não bater nos ramos e depois me deram a mão para que me levantasse... e já se fala de vida!
E este post já está demasiado longo para quem não acredita em manifestações sobre o tema na internet, mas tenho o orgulho de dizer que sou praxista.
E acima de todas as frases feitas da praxe "A praxe é um modus vivendi" é a que me leva ainda a acreditar!
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